quinta-feira, 14 de março de 2013

I SAGRADA FAMÍLIA 3.1. IRMÃOS DE JESUS por arturjotaef

Jesus’ brothers were evidently known as “the brothers of the Lord” in early Christian circles. This is how Paul describes them in 1 Corinthians 9:5 and Galatians 1:19.

It is clear that the New Testament references to the brothers of Jesus are describing a family relationship. But “brother” need not refer to a full blood brother. Half brother, stepbrother or even more distant family relationships are possible meanings. Whether these scriptural passages are references to blood relatives has been much debated since at least the fourth century, mainly because of the implications for the traditional doctrine of the perpetual virginity of Mary. Exegetes have taken three major stances:

(1) Most modern exegetes, including some Roman Catholic scholars, hold that the brothers and sisters were the children of Joseph and Mary, born after Jesus. This is often referred to as the Helvidian view, named for a fourth-century Roman who defended this position. His work is known only through Jerome’s exposition — and refutation — of it.

(2) The traditional view of the eastern Orthodox churches is that the brothers and sisters were children of Joseph by a previous marriage and were therefore older than Jesus. This is sometimes called the Epiphanian position, after its supporter Epiphanius, the fourth-century bishop of Salamis, in Cyprus. The idea that the brothers and sisters of Jesus were children of Joseph by a previous marriage is also found in three second-century Christian works (the Protoevangelium of James, the Infancy Gospel of Thomas and the Gospel of Peter).

(3) The traditional western Catholic view is that the brothers and sisters were first cousins of Jesus. This is sometimes called the Hieronymian view, after Jerome, the great Christian scholar (d. 420). Although this view still has its supporters, it is the least probable. Its advocates emphasize that the Greek word for brother can be used for blood relationships more distant than siblings. But the earliest Christian literature seems to regard the brothers as siblings. For example, the second-century historian Hegesippus calls James and Jude “brothers of the Lord,” but identifies Simeon the son of Clopas as the “cousin of the Lord,” evidently distinguishing between the two relationships.4 -- All in the Family: Indentifying Jesus’ Relatives, Richard J. Bauckham.

A tese ortodoxa dita epifânica tem como principal óbice o fazer dos meios-irmãos de Jesus personagens muito mais velhos do que Jesus. Claro que os cristãos gregos já nada sabiam do que era o messianismo na sua razão de ser fundamental e poderiam cair na ingenuidade de aceitar que a candidatura mística ao trono judeu se poderia ter feito por mérito próprio e não de acordo com as estritas regras sucessórias das monarquias hereditárias. A verdade é que se aceita que o messianismo de Jesus derivava de S. José e portanto teria que ser o primogénito deste a suceder-lhe e não o primogénito de Maria. Neste caso, S. Tiago, aquele a quem os ortodoxos chamaram o irmão de deus, é que deveria ter sido o Messias e não Jesus!

The fourth century "Liturgy of St. James" calls James "the brother of God."(6) He is also mentioned in a fragment ascribed to Papias as one of the children of "Mary, the wife of Cleophas or Alphaeus..., an aunt of the Lord."(7) This document may, however, be of late date. [1]

De resto, sendo duvidosa a paternidade de José sobre Jesus dificilmente os seus irmãos, que noutros contextos não se esquivaram a fazer-lhe frente, lhe teriam concedido a primazia messiânica.

A tese católica de que os irmãos de Jesus eram seus primos implica uma duplicidade de critérios no tratamento que é dado a outros primos incontestados de Jesus, como é o caso de João Batista e do suposto evangelistas, João, filho de Maria Salomé. A única forma de aceitar que tal duplicidade não iria contra a inspiração divina das escrituras seria admitir que o novo testamento tem o critério implícito de que os ditos irmão de Jesus são seus meios-irmãos!

Até mesmo Tertuliano, o teólogo cristão que tem sido chamado do "pai do latim eclesiástico", nascido em Cartago no ano 160, escreveu uma série de tratados polémicos contra os hereges e pagãos, e, tendo que demonstrar “a verdadeira humanidade de Jesus", dizia que a mãe e os irmãos de Jesus “eram realmente mãe e irmãos”, ainda que defendesse a concepção virginal de Jesus (afinal S. José sempre foi reconhecido como sendo apenas um pai putativo)…ou seja, Tertuliano reconhecia implicitamente que Jesus era um filho de pai incógnito como foram todos os filhos de Zeus na tradição clássica!

Segundo eles, Cristo tinha nascido através da Virgem, e não da Virgem; "colocado pelo céu na Virgem, saiu dela mais como quem passa do que como quem é gerado, através dela, nao dela, tendo na Virgem nao uma mãe, mas um caminho" (Tertuliano, Contra os Valentinianos 27,1 [CC2, p. 772] ). Maria "não teria trazido Jesus no ventre como filho, mas como hóspede" (Tertuliano, Sobre a Carne de Cristo 21,4 [ CC2, p. 911] ).

No campo das variantes hipotéticas os irmãos de Jesus poderiam ter sido apenas seus meios-irmãos, tal como entendia S. Jerónimo, por serem apenas filhos de S. José, e neste caso o verdadeiro pai de Jesus teria sido mesmo este para que a história da Sagrada Família não se tivesse iniciado fundamentada na mais desastrada das imposturas, como costumavam ser outrora as que descambavam nos “filhos putativos” (para não ir mais longe na maledicência escarninha dos jogos de palavras que outrora soíam esconder a desgraça da ilegitimidade que as legítimas raramente perdoam; os doze trabalhos de Hércules teriam sido em parte o resultado da expiação dos crimes amorosos de sua mãe!)

Mas nem a Opôs Dei apoia a tese de S. Jerónimo que chega a ser mais ousada.

Ora bem, se essas foram as segundas núpcias de São José, ou se São José, já ancião e viúvo, não chegou a desposar a Virgem Maria, mas que unicamente cuidou dela como de uma virgem a seu cargo, são coisas que caem no terreno das lendas e que não oferecem qualquer garantia de historicidade. A primeira menção de tais lendas encontra-se no chamado “Proto-evangelho de S. Tiago”, do séc. II. (...) Pelo contrário no “Livro do Nascimento de Maria” – uma espécie de resumo do “Pseudo Mateus” – e na “História de José, o carpinteiro” (IV, 4-5), diz-se claramente que José desposou Maria. Portanto, não há dados históricos que permitam afirmar que São José tivesse sido casado antes. O mais lógico é pensar que fosse um homem jovem quando desposou a Santíssima Virgem, e que só se tenha casado essa vez.

É verdade que as lendas dos apócrifos são aceites quando convém e arriscar que o texto do “Proto-evangelho de S. Tiago” seja do séc. II (quando tem todo o jeito de ser bizantino e mais tardio que o evangelho arménio da Infância) é correr o risco de o fazer quase contemporâneo do canónico Mateus. Obviamente que no campo da historicidade pura o Proto-evangelho de S. Tiago só é mais suspeito por esticar demasiado a corda do fantástico porque nada pode haver de historicidade em relatos relativos a concepções virginais de divindades sejam canónicos ou não. Lógica por lógica seria então pensar que se José era um homem jovem então foi um grande cornudo e Maria uma prolífica mãe de vários irmãos de Jesus! No entanto a tradição mais corrente é que S. José já era velho demais quando casou com a jovem Maria e deve ter morrido pouco tempo depois da apresentação no templo. Esperava-se que a tradição lendária dos católicos fosse mais estável mas...helas! Já nem a tradição católica é como era!

R. Shimeaon ben 'Azzai said: I found a genealogical roll in Jerusalem wherein was recorded, "Such-an-one is a bastard of an adulteress."

Nos bons tempos da antiguidade, os bastardos ilustres foram sempre filhos de Deus e a lenda e a mitologia greco-latina, assim como muitas outras, contam por dezenas os heróis que viram a sua bastardia mitigada pela crença na concepção divina.

The most popular Greek hero, he was famous for strength and courage. The son of Alcmene and Zeus, he was hated by Hera, who sent serpents to his cradle to strangle him, but he strangled them.

O que nunca se poderia admitir é que Jesus, o “filho do Homem” tivesse tido por pai uma mulher, Sofia, o Espírito Santo!

HE GOSPEL OF THE NATIVITY OF MARY: To this the angel says: Think not, Mary, that thou shalt conceive in the manner of mankind: for without any intercourse with man, thou, a virgin, wilt conceive; thou, a virgin, wilt bring forth; thou, a virgin, wilt nurse: for the Holy Spirit shall come upon thee, and the power of the Most High shall overshadow thee,[7] without any of the heats of lust; and therefore that which shall be born of thee shall alone be holy, because it alone, being conceived and born without sin, shall be called the Son of God. -- T

THE GOSPEL ACCORDING TO PHILIP: 5) Some said, "Mary conceived by the Holy Spirit. "They are in error: They do not know what they are saying; when did a woman ever conceive by a woman?

No seu livro: “A Outra História De Jesus”, Donovan Joise, a propósito do facto de as divergências entre os dois primeiros sinópticos não permitirem saber se quem teve a profissão de carpinteiro foi S. José ou Jesus levanta a hipótese de estas resultarem de manipulações dos textos com a intenção de afastar as atenções dos crentes para o “pai carpinteiro” que seria Alfeu, o verdadeiro pai de maioridade de Jesus!

Mat. 13: 55 Nonne hic est fabri filius? Nonne mater eius dicitur Maria, et fratres eius Iacobus et Ioseph et Simon et Iudas? 56 Et sorores eius nonne omnes apud nos sunt? Unde ergo huic omnia ista? ”.

Marc. 6: 3 Nonne iste est faber, filius Mariae et frater Iacobi et Iosetis et Iudae et Simonis? Et nonne sorores eius hic nobiscum sunt? ”. Et scandalizabantur in illo.[2]

Orígenes afirmava que em parte alguma dos evangelhos se referia que Jesus tivesse sido carpinteiro o que sugere a possibilidade de o evangelho de Marcos ter sido manipulado, de maneira que teria sido aliás mínima pois em grego teria bastado passar de:

o tou tektonov uiov > oux outov estin o tektwn, o uiov

de latim, ainda mais facilmente, de:

fabri filius > faber, filius.

De técnico fabril a carpinteiro do mito cristão terá de forma indirecta recebido da vox popili vox dei, a memória das suspeitas maldosas a respeito do nome do pai incógnito de Jesus!

De acordo com o escritor Cristão Epifânio (c. 315 – 403 D.E.C.), o apologista Cristão Orígenes (c. 185 – 254 D.E.C.) dizia que Panther era o apelido de Jacob, o pai de José, o padrasto de Jesus.

Carpinteiro < Kar-Panter => José o «carpinteiro» < Lat. carpentariu

< carpentum, carruagem de luxo. Jesus | bar Panter > Lat. Carpentariu.

(...) Os primeiros Cristãos estavam também cientes do nome "ben Pandeira" para Jesus. O filósofo pagão Celso, que foi famoso pelos seus argumentos contra o Cristianismo, reivindicou em 178 d.C. que tinha ouvido a um Judeu que a mãe de Jesus, Maria, se tinha divorciado do seu marido, um carpinteiro, depois de se ter provado que ela era uma adúltera. Ela vagueou em vergonha e deu à luz Jesus em segredo. O seu verdadeiro pai era um soldado chamado Pantheras. De acordo com o escritor Cristão Epifânio (c. 315 – 403 d.C.), o apologista Cristão Origenes (c. 185 – 254 d.C) tinha afirmado que "Panther" era o apelido de Jacob, o pai de José, o padrasto de Jesus.

According to Fundamentalists, it appears clear from this passage that Jesus Christ had brothers and sisters, and that the Virgin Mary did not remain a virgin all Her life. Yet, the Catholic Church asserts that the Virgin Mary was a virgin before, during, and perpetually after the birth of Christ (Ante partum, in partu, post partum), a belief re-asserted during the first decades of the Protestant reformation.[3]

Uma das formas de desacreditar a verdade é usar truques baixos no manejo da dialéctica tais como recorrendo a qualificativos que, no senso comum, desacreditam os adeptos de opiniões contrárias (raciocínios ad terrorem) coisa que é sobretudo inaceitável quando é literalmente especulativa, ou seja, quando se projecta nos outros os próprios erros e defeitos!

Fundamentalismo = aceitação e defesa de um conjunto de princípios de natureza religiosa tradicionais e ortodoxos tidos por verdades fundamentais e indispensáveis a uma consciência religiosa (individual ou colectiva).

A Igreja católica pode acreditar nos dogmas que quiser, continuar a fazer as figuras tristes que lhe eram habituais durante a Inquisição e a as caças às bruxas na idade media, continuar saudosa dos tempos das cruzadas e das guerras santas mas a verdade é que desde Galileu que a sociedade ocidental conquistou o direito a contrapor o método científico às querelas ideológicas como meio mais idóneo de alcançar a Verdade! Porém, já antes da conquista do método científico o pensamento ocidental tinha conquistado a liberdade de pensamento e a aceitação da racionalidade como único critério de verdade universal! A fé só compromete os crentes, e sempre de forma individual, mas a razão compromete toda a gente de boa vontade, ou seja, colectivamente toda a humanidade!

Assim além dos critérios lógicos clássicos o pensamento ocidental aprendeu a regra de subalternizar os argumentos de autoridade reservando-o apenas para uma papel de verdade provisória ou de reforço suplementar da verdade factual.

Como diz Donovan Joise, no seu livro: “A Outra História De Jesus”, “sugerir que um judeu do sec. I não tinha meios verbais para distinguir irmãos de primos, numa terra em que as leis sucessórias eram vitais para a sociedade, é jogar levianamente com os factos”!

Jude was to learn about his blood relatives, for the Jews were proud of their family trees, and kept accurate records of their genealogies. He knew, for instance, that Christ and he were first cousins (Mark 6:3, Matt. 13:35) through St. Joseph, the brother of Jude's father. He was Jude of Alphaeus, and Alphaeus of James, and James of Matan, and Matan of Eleazar, to King David from whom he descends, making him a member of the Royal Family, and a Judaean born in Galilee a year or so before Christ.

O estafado argumento de que os semitas confundiam sistematicamente irmãos com primos e que davam duma maneira geral pouca importância às nuances das diferenças parentais será apenas válido para os textos mais antigos em que as ambiguidades parentais traziam menos implicações práticas, em que o contexto permitia ultrapassar as dúvidas de interpretação ou em que o rigor de parentesco seria desconhecido. E porque? Porque muito provavelmente nas famílias de prol numerosa da época já era de tal modo difícil manter unidos os irmãos que esperar que os primos carnais se dessem bem seria coisa tão rara que quando acontecia era porque as circunstâncias familiares exigiam que estes fossem tratados como irmãos!

With the James ossuary bringing the siblings of Jesus to the forefront of current discussion, some orthodox theologians have suggested that Aramaic was an unusual language in that it did not differentiate between brothers, sisters and cousins. Not only is this quite incorrect, but the New Testament Gospels were not written in Aramaic; they were compiled in Greek, which defines relationships very clearly.

It was not actually until the 4th century that St. Jerome and others of the newly devised Roman Church began to promote the concept of Mother Mary's virginity. Prior to that, she was not classified as a virgin in any original Gospel. The descriptive term used in early texts was 'almah', which meant simply a 'young woman'. Had Mary been a physical virgin, the word used would not have been 'almah', but 'bethulah'.

O costume de tratar os primos como irmãos durante o helenismo judaico seria mais uma suposição do que um facto corrente porque, na complexidade social do começo do império romano não se afigura razoável que assim tenha sido nem nunca foi comprovado com fontes talmúdicas!

The Catholic answer to this apparent contradiction is long and detailed, but decisive. There existed no special word in Hebrew or Aramaic for "cousin." The word "brother" is used in these languages generically, and does not necessarily imply children of the same parent. There are many examples in the Old Testament when the word brother was applied to any kind of relations: nephew (Gen. 12, 5), uncle (Gen. 29, 15); husband (Songs. 4, 9); a member of the same tribe (2 Kgs. 9, 13); of the same people (Exod. 2, 21); an ally (Amos 1, 9); a friend (2 Kgs. 1, 26); one of the same office (1 Sam. 9, 13).10

Por outro lado, comprova-se pela análise dos textos sagrados que o hebreu tinha palavras para tio (Dowd), cunhada (Kallah) e cunhado (Chathan); sobrinho, (Bem) esta última pouco usada (e confundível com neto), mas não usavam palavra própria para primo, usando perífrases adequadas, tais como: “filho do irmão”. Na verdade, os textos hebraicos quando querem falar de sobrinhos sabem fazê-lo de forma clara:

(…) 1Ch 7:35: The sons of his brother Helem were Zophah, Imna, Shelesh and Amal. (…) 1Ch 8:39: The sons of Eshek his brother were Ulam his firstborn, Jeush the second and Eliphelet the third (…) 1Ch 11:45: Jediael the son of Shimri and Joha his brother, the Tizite, (etc. etc.)

Se “irmão” fosse sistematicamente sinónimo de primo, ou, ainda pior, de parente esta perífrase não faria qualquer sentido. Por outro lado, sendo o parentesco fraterno o mais próximo e mais comum natural seria esperar que, em princípio fosse também este o sentido mais comum do termo aramaico.

Em certas circunstâncias e quando o contexto não permitia ambiguidades, a palavra hebraica 'ach adquiria conotações genéricas de “parente”, tal e qual como o conceito ocidental de irmandade familiar alargada, ou de fraternidade amigável, possivelmente apenas e somente para facilitar a escrita. Assim, o termo hebraico para irmão, aplicava-se por vezes também a primos, mas seguramente que em contextos que não davam margem para grandes dúvidas e, obviamente, que nunca exclusivamente neste sentido!

Na verdade, o que se estanha é que, para defender a “virgindade perpétua de Maria”, os irmãos de Jesus sejam sempre primos e os irmãos dos restantes personagens nunca o sejam.

Por outro lado, se Mateus fosse irmão de Tiago por ser também filho de Alfeu, deveria ter sido tratado como irmão / primo de Jesus o que não aconteceu!

Os Filhos de Zebedeu eram filhos de Maria Salomé, uma irmã de Maria, Mãe de Jesus, e nem por isso foram tratados como irmãos / primos de Jesus.

Barnabé foi devidamente identificado como tio (e não como parente) de Marcos!

Por ouro lado, sendo tantas as vezes em que se fazem referências literais aos irmãos de Jesus seria natural esperar que os redactores sagrados, para deixarem a “virgindade perpétua de Maria” fora de ambiguidades, tivessem que usar de quando em vez formas menos ambíguas de tratamento nas relações de parentesco dos “irmãos de Jesus”!

Ora, se existem de facto exemplos de sobra nas escrituras do antigo testamento a confirmar esta singular ambiguidade semântica do hebreu a verdade é que tal não acontecia nem no grego nem em latim pelo que os tradutores, já que inspirados pelo divino Espírito Santo, deveriam ter previsto as graves implicações que estas ambiguidades acarretariam para o dogma de “virgindade perpétua de Maria” e deveriam ter evitado traduzir por irmão o que deveria ter sido traduzido por primo ou similar! Então, escritores que usavam o grego, como S. Paulo, deveriam ter utilizado o termo grego para primo e não terem mantido a ambiguidade genérica da irmandade de Jesus!

Galatians 1:19 - "But I saw none of the other apostles except James the Lord’s brother."

eteron de twn apostolwn ouk eidon, ei mh Iakwbon ton adelfon tou kuriou.

Por qual razão S. Paulo, o helenista que escrevia fluentemente o grego, escolheu o termo grego adelfos, que tinha o significado de irmão sem qualquer tipo de ambiguidades, quando poderia ter usado termos adequados tais como: para primo, se fora o caso, anepsios?

Anepsi(os) = first cousin, or generally, cousin > aut-anepsios = own cousin. Dis-ekgonoi = second cousins.

Para parente ou meio-irmão, termos como kasoi, kasignetos ou mais precisamente, se as coisas foram como S. Jerónimo o ajuizava, plegenes!

Kasioi = brothers or cousins belonging to the same herd. Kasignêt(os) = brother, esp. of those born from the same mother, later as fem., sister, in more general sense, cousin, Gemini. plêgenês = half-brother, half-sister.

Dir-se-á, a jeito de desculpa envergonhada, que S. Paulo não estaria bem informado sobre a verdade ou que se tratavam de minudências com que Paulo, o apóstolo que não perdia tempo com genealogias, não se atrapalhava! De qualquer modo era do domínio público que Tiago era irmão de Jesus porque também assim o pensava Flávio Josefo, tal como em grego o escreveu!

Festus was now dead, and Albinus was but upon the road; so he assembled the sanhedrim of judges, and brought before them the brother of Jesus, (who was called Christ), whose name was James, and some others, [or, some of his companions]; Antiquities of the Jews, Flavius Josephus [4]

Porém, a verdade é que para que a “virgindade perpétua de Maria” fosse algo mais do que uma reminiscência mítica transformada em dogma teológico teria que manifestar-se como sublime transcendência metafísica estando acima de qualquer mácula formal ou, fora da mínima incongruência lógica! Se, mesmo assim, os autores que escreveram ou transcreveram para o grego factos que já eram da época helenística e usaram ainda assim uma linguagem ambígua, que pôs em causa a Imaculada Concepção de Maria, ou é porque este dogma ainda não os apoquentava ou é porque preferiram respeitar a Verdade com as informações escrupulosas de que dispunham!

Para concluir, há que dar conta de que o princípio de que os primos da “Sagrada Família” foram sempre tratados como irmão tem pelo menos uma excepção: Santa Isabel, tida por todos como prima carnal de Maria, não foi tratada como irmã de Maria mas como parente do mesmo sangue! E os tradutores vernáculos respeitaram o que a tradição bem sabia. Que as duas eram primas!

Luc: 36 Et ecce Elisabeth cognata tua et ipsa concepit filium in senecta sua, et hic mensis est sextus illi, quae vocatur sterilis,[5]

kai idou Elisabet h suggeniv sou kai auth suneilhfen uion en ghrei authv, kai outov mhn ektov estin auth |th| kaloumenh |steira|;

cognatio = blood-relationship, kindred, connection by birth

suggeniv = 1 of the same kin, akin to, related by blood. 2 in a wider sense, of the same nation, a fellow countryman.

De qualquer modo, confirma-se, também neste caso, que os autores sagrados ou falaram sempre genericamente a respeito de relação familiares que pessoalmente conheciam mal ou é mesmo verdade que a sociedade judaica tinha dificuldades linguísticas para lidar com as relações de parentesco, o que, numa sociedade patriarcal e paternalista seria simplesmente absurdo!

O mais grave ainda é que, para permitir que nas águas turvas da confusão se gerem os vermes da mitologia, se tenha chegado ao ponto de multiplicar personagens do novo testamento, precisamente porque, tendo sido mal identificadas, também não se quis esclarecer parentescos que poderiam comprometer a “virgindade de Maria”!

Matthew 13:55 "Is not this the carpenter’s son? Is not His mother called Mary, and His brothers, James and Joseph and Simon and Judas?"

Mark 6:2-3 - "Is not this the carpenter, the son of Mary, and brother of James, and Joses, and Judas, and Simon? Are not His sisters here with us?"

Gal. 1:19 - "But I did not see any other of the apostles except James, the Lord’s brother"

 

Ver: TIAGO (***)

 

Interessante seria tentar saber o que foi que aconteceu a José, irmão de Jesus!

As late as the year 900, the Byzantine Church (which had split from the Church of Rome) decided to announce that Joseph of Arimathea was the uncle of Jesus's mother Mary. And from that time, portrayals of Joseph have shown him as being rather elderly at the Crucifixion, when Mother Mary was herself in her fifties. Prior to the Church announcement, however, the historical records of Joseph depicted a much younger man. He was recorded to have died at the age of 80 on 27 July AD 82, and would therefore have been aged 32 at the time of the Crucifixion. In fact, Joseph of Arimathea was none other than Jesus Christ's own brother James, and his title had nothing whatever to with a place-name. In fact (like Nazareth), the place later dubbed Arimathea never existed in those times. It therefore comes as no surprise that Joseph negotiated with Pilate to place Jesus in his own family tomb.

A serem válidos os pressupostos deste texto, então, José de Arimateia seria, não Tiago, mas José, o irmão que falta na lista dos apóstolos que terá sido perseguido e preso logo após a ressurreição de Jesus e teria fugido, possivelmente com Lázaro para Chipre, e depois para a Bretanha, possivelmente poucos anos antes da morte de seu irmão Tiago. O autor do texto esqueceu-se de deduzir a meia dúzia de anos que separam o nascimento de Cristo da cronologia moderna. Como Jesus nasceu no ano 6, significa que tinha 33 anos no ano 39. Pela mesma lógica, José de Arimateia, se tinha 80 na data da sua morte a 27 de Julho de 82, então é porque tinha menos 8 anos do que Jesus que nesse ano, se fosse ainda vivo, teria 88 e, então, teria 25 anos à morte de Jesus e não 32 anos como possivelmente Tiago teria, enquanto irmão a seguir a Jesus. Mesmo que as datas, assim referidas e à distância histórica a que se reportam, sejam questionáveis a verdade é que, mantendo esta mesma tese, podemos aceitar que José de Arimateia era o irmão de Jesus que não chegou a ser apóstolo porque passou a vida na clandestinidade com a cabeça a prémio e, quem sabe, a enriquecer no negocio de estanho com os bretões!

In the year 63 A. D. St. Joseph of Arimathea with eleven companions was sent to Britain from Gaul by St. Philip the Apostle. The king of the period, Aviragus, gave to these twelve holy men the Island of Ynyswitrin and there, in obedience to a vision, they built a church in honour of the Blessed Virgin Mary. -- [6]

De passagem, parece inferir-se que por volta do ano 62 em que Tiago foi assassinado terá havido um surto de nova perseguição religiosa contra os messianistas (cristãos) da casa de José & Maria que terá motivado a fuga de Maria Madalena para o sul de França em companhia de Lázaro / S. Marcos. Se este facto não passar de mera lenda piedosa feita à medida das conveniências independentistas dos albigenses provençais então terão ficado por lá pouco tempo e terão regressado a Alexandria quiçá após a morte de Maria a mãe de Jesus. O simples facto de a tradição apontar o seu túmulo tanto em Éfeso como em Jerusalém como na cidade de Nazaré, que a arqueologia já demonstrou como inexistente na época de Jesus e apenas criada na época bizantina para responder à exigências do turismo religioso iniciado por Santa Helena, aceitar que esta terá sido sepultada no sul de França é uma hipótese tão válida como as restantes até melhor prova arqueológica. O mais provável é que se tenha confundido muito cedo a nome da Gália com a Galácia Anatólica.

Galácia era uma província romana que ocupava a parte central do que agora é conhecido como a Ásia Menor. (…) Seu último rei, Amintas, morreu em 25 a.C., e foi durante o seu reinado como títere do Império Romano, e posteriormente, que a região denominada Galácia foi ampliada para incluir partes da Licaónia, da Pisídia, da Paflagónia, de Ponto e da Frígia.

Foi então nesta Galácia ampliada pelos romanos e quase tão grande como a província europeia da Gália que o apóstolo Paulo, Barnabé e Marcos…e depois outros missionários cristãos, evangelizaram diversas cidades no século I d.C., tais como Icônio, Listra e Derbe e nas quais, organizaram comunidades cristãs locais.

A “Galácia do Sul”, centrada nas populações romanizadas da Pisidia-Licaonia, registada nos Feitos dos apóstolos, terá sido o refúgio da maioria dos judeus - cristãos perseguidos pelos poderes do templo nos primeiros tempos do cristianismo e por todos os judeus depois da queda de Jerusalém. Esta região também conhecida por Glácia Frígia, tinha por capital precisamente a cidade de Antioquia Perto desta província romana ficava Antioquia da Pisídia. Essa cidade, que realmente não se encontrava na Pisídia, mas, sim na Frígia, ficava próxima da fronteira com a Pisídia e veio a ser chamada Antioquia da Pisídia a fim de a distinguir de outras Antioquia, particularmente da grande metrópole capital da Síria Romana. Era uma colónia e um posto militar avançado dos romanos, sendo a cidade mais importante da Galácia do Sul. Ficava situada numa importante rota comercial entre Éfeso e a Cilícia, e era importante centro do Helenismo.

 

OS FILHOS DE JESUS

 

Barrabás era seguramente um filho de Jesus do seu primeiro casamento que teria sido preso durante a ressureição que foi a expulsão dos vendilhões do templo e que levaria à Paixão de Jesus.

 

Ver: BARABÁS (***)

 

Seria Simão o verdadeiro nome deste?

Did Jesus have children? There seems to be evidence that such was the case" In 1873 M. Clermont-Ganneau discovered near Bethany on the Mount of Offence certain sarcephagi of extremely ancient times. On these were small crosses, but none of the usual symbols of Jewish burials, "which leaves no doubt of the religion of the persons whose remains were preserved in them." M. Clermont-Ganneau, writing of these discoveries in the PALESTINE EXPLORATION FUN QUARTERLY, 1874, pp. 7-10, notes the following to have been buried there: Salome, wife of Judah; Judahm, son of Eleazar (Lazarus); Eleazar, the son of Nathan; Martha, daughter of Pesach; SIMEO, SON OF JESUS; Salomzion, daughter of Simeon. Other sarcephagi had been destroyed earlier. Concerning them writes Cleremant-Ganneau: "By singular coincidence, which from the first struck me very forcibly, these inscriptions, found close to the Bethany road, and very near the site of the village, contain nearly all the names of the personages in the Gospel scene which belonged to the place: Eleazar (Lazarus), Simon, Martha…a host of other coincidences occur at the sight of all these evangelical names ***"

The "Simeon son of Jesus" was called in one of the inscriptions "the Priest: (HaKohan), and M. Clermont-Ganneau concluded: "*** this Simeon might very well be the second Bishop of Jerusalem. But then would arise *** the grave question of the marriage of Christian priest, since Simeon has a daughter named Salamsion". M. Clermont-Ganneau’s French name suggests him to be Catholic, and bound to the doctrines of celibacy; however, the first 15 Bishops of Jerusalem were circumcised Jews, and the earlier ones, at least, certainly obeyed the marriage commandments! It seems the only reason Clermont-Ganneau did not candidly state his beliefs was the question of a married clergy, for throughout his article he suggests this Simeon to have been the Bishop of Jerusalem. He promised to write a complete paper on the subject when he had more carefully examined all the find. It was an important find from the standpoint of archaeology, for it was the first actual discovery of the name "Martha", which "would alone be sufficient to make this collection important from an exegetic point of view"; yet, his promised paper was never published! Why? Was it because a full study of the find disclosed that this "Simeon the Son of Jesus" was the Bishop of Jerusalem? I fully believe this to be the case. Orthodox Christians have purposely destroyed valuable historical evidences which would prove embarrassing to them; that such was probably the case here is suggested by the fact that several ancient writers imply that Simeon the Bishop of Jerusalem, and President of the Church, (died c. 106 A.D.), was of the family of Jesus. It would be only natural for Jesus’ son, when he was old enough, to succeed James, the brother of the Lord, on his death, to the Presidency of the Church. In all probability Simeon was a son of Jesus and Martha, and was that child who appeared at the crucifixion.

Uma filha de Jesus e Maria Madalena seria Sara presente em apócrifos coptas e nas lendas douradas de Maria Madalena no sul de França.

 

LENDAS URBANAS E EVIDÊNCIAS DA ARQUEOLOGIA MODERNA

O filme, O Corpo (The Body), baseado na novela de Richard Ben Sapir, traz o espanhol António Banderas no papel principal. Numa escavação no meio de Jerusalém, uma arqueóloga de 30 anos, Sharon Golban (Olivia Williams), faz uma importante descoberta: encontra um esqueleto que foi crucificado e enterrado com um sinal proclamando-o "Rei dos Judeus". Parece ser o corpo de Jesus, mas supõe-se que este subiu ao céu sem deixar rastros.

Obviamente que, ponde de lado o que se sabe sobe a cosmologia moderna e, portanto, do universo celestial para onde se deu a Ascensão, só um tolo beato pode acreditar que Jesus possa ter subido ao céu em corpo e alma apenas pelos seus próprios meios, ou seja, sem a ajuda dum foguetão ou duma nave espacial ou outro meio físico qualquer a inventar. Obviamente que o milagre absoluto seria isso mesmo mas, que uma alma suba ao céu não ofende nenhuma lei mas a ascensão a parte incerta do céu dum corpo físico envolve infracção tamanha às leis naturais da termodinâmica que só de pensa-lo já é pecado capital contra a inteligência mas ter o orgulho de tal ousadia é também pecado mortal imperdoável contra o Espírito Santo do saber e da razão!

Se Jesus existiu historicamente pode não ser muito importante saber onde e quando já que tal acontecimento natural não deixaria outro rasto que não fosse o do assento de nascimento que, a ter existido, teria sido destruído com a dupla destruição de Jerusalém (de 70 e 130 D. C.) pelos romanos. Mas, como tudo o que nasce tem que morrer para não violar as sagradas leis termodinâmicas da criação divina, simbolicamente determinadas no Génesis, a maior prova de existência de Jesus seria encontrar o seu túmulo ou a prova arqueológica dos seus restos mortais.

Génesis, 2: 16 E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17 mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (…)

3, 22 Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, 23 o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado. 24 E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

Como não há nesta pena cosmogónica nenhum elemento profético de excepção futura o mito da morte e ressurreição do filho de Deus teria necessariamente que ser uma blasfémia no contexto da bíblia judaica, tanto mais que, se a promessa do sacrifício redentor do pecado original envolvesse o Filho de Deus, este, que estaria absolutamente presente nesta fase crítica do primeiro julgamento da humanidade, teria logo ali feito a promessa da sua primeira vinda como Jesus Cristo, o Messias Salvador do Mundo. A verdade é que foi em vão que os cristãos quiseram enxertar esta parte matriarcal dos arcaicos mitos de morte e ressurreição no mito fundador e patriarcal dos judeus! O senhor Deus já era Adonai, e Adon o primogénito de Deus e, neste caso, o mito canaanita de Adónis / Tamuz foi de algum modo relegado para mito fundador dos judeus que nunca mais voltaram a querer saber dele a não ser ao de leve no mito do Messias que os cristão teimam em encontrar onde ele não esta na Bíblia.

Provérbio 8:29-30 – quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não transbordassem; quando compunha os fundamentos da terra; então eu estava com ele e era seu arquitecto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo tempo.

João 1:10 1:3 – O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.

A verdade é que este salmo não se refere ao Messias mas ao Espírito Santo da Sabedoria que era Sofia ou Chequina, a esposa dum Deus patriarcal, zeloso e ciumento.

12 Eu, a SABEDORIA, habito com a PRUDÊNCIA, e acho o conhecimento dos conselhos.

13 O temor do SENHOR é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu odeio.

14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza.

15 Por mim reinam os reis e os príncipes decretam justiça.

16 Por mim governam príncipes e nobres; sim, todos os juízes da terra.

17 Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.

18 Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça.

19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e os meus ganhos mais do que a prata escolhida.

20 Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.

21 Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha os seus tesouros.

22 O SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras.

23 Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra.

24 Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas.

25 Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gerada.

26 Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o princípio do pó do mundo.

27 Quando ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo;

28 Quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo,

29 Quando fixava ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra.

30 Então eu estava com ele, e era seu arquitecto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;

31 Regozijando-me no seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens.

Na verdade, mesmo metaforicamente se entende que um Deus Patriarcal teria que ter ciúmes por a sua esposa Sofia / Chequina se encher de “prazer com os filhos dos homens” mas ter condenado eternamente a humanidade à pena capital da mortalidade só por isso já era injustiça a mais e misericórdia a menos!

Por alguma razão Marcião rejeitava integralmente o Velho Testamento por não entender como poderia ser possível a um cristão aceitar que a vinda de Jesus Cristo fosse o cumprimento das profecias dum povo, eleito dum deus indigno por ter condenado eternamente a humanidade à morte por a sua esposa Sofia se ter enamorado dela! Obviamente que os mitos mais não fazem do que projectar nas paredes da caverna de Platão os sonhos, anseios e pesadelos duma humanidade que procura a Verdade ideal no escuro e às apalpadelas!

São Gregório de Nanzianzo, escreveu com o cinismo do século IV: "Um pouco de mau latim é tudo o que é necessário para impor (a Igreja) ao povo. Quanto menos eles compreendem, mais a admiram."

Os teólogos do século III e IV alcançaram o clímax do gozo místico masturbando o pensamento em volta de preciosas especulações e paradoxo bizantinos na tentativa vã de justificarem pela razão o que nem a fé justificava. O povo acreditava na divindade de Cristo como acredita ainda na da Mãe de Deus e na dos anjos, santos e beatos sem que o risco de incorrerem na blasfémia do politeísmo lhes roubasse o sono. O povo acabava de sair do paganismo helenista e pouco lhe importava que o novo “reino dos céus” tivesse apenas a Santíssima Trindade desde que continuasse a ter uma corte celeste a que pudessem aspirar enquanto filhos de Deus, ainda que apenas depois da morte.

Quem perdia a cabeça com isso eram os bispos que não paravam de solicitar a ajuda dos teólogos contra as impertinências dos livres pensadores e cismáticos que constantemente se aproveitavam das inconsistências dos dogmas em que a Igreja se enredava teimando em renovadas e repetidas heresias que punham em risco a unidade da Igreja e do império, tão arduamente conquistado a Constantino sob o penhor desta mesma unidade religiosa ortodoxa, católica, apostólica e romana. A questão resultava somente do facto de as heresias, enquanto divergências inevitáveis de opinião num corpo doutrinário cheio de compromissos ideológicos impossíveis entre o judaísmo semita e o politeísmo helénico, servirem como pretextos para discórdias sobre a vida real das igrejas e serem por isso motivos de lutas políticas que, desde Caim e Abel nunca deixaram de existir na humanidade. Os padres da igreja caíram no erro de prometerem a Constantino que com a vitória do cristianismo viria a concórdia universal prometida por Isaías (Isaías 2:4) apenas para os últimos dias.

E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. 3 E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. 4 E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear. 5 Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.

O problema de todos os movimentos revolucionários nascentes como foi o caso do cristianismo (e mais recentemente do comunismo) é o de caírem sempre no logro de com o seu começo se dar o fim da história da luta entre o bem e o mal! Na verdade, existe um erro de paralaxe porque existe de facto sempre um fim da ordem histórica anterior mas o começo da desordem já vem implícito no ciclo termodinâmico da vida!

Os cristãos não querem encontrar o túmulo de Jesus pela simples razão de que os teólogos pressentem que um Deus monoteísta não morre porque seria o triunfo do ateísmo! Já os gregos politeísta antigos não temiam mostrar o túmulo de Zeus em Creta porque sabiam que havia deuses bastantes para que não fosse impressionante algum deles poder morrer, mesmo sendo o pai dos deuses. Em regra a morte dos pais precede a dos filhos!

A improbabilidade de encontrar o túmulo de Jesus é tão pouca como a de encontrar o de seu irmão Tiago pela simples razão de que o local foi tantas vezes vasculhado, pilhado e vilipendiado ao longo da história dos últimos dois mil anos que as probabilidade de encontrar o túmulo dum dos muitos descendentes do rei David em Jerusalém é menos do encontrar num palheiro uma agulha em cujo cu caiba uma corda! No entanto, a grande improbabilidade não impede a singularidade que tal facto teria como prova da existência histórica de Jesus, filho do homem. Já o procurar o túmulo de Jesus Cristo é uma anedota a que só os beatos analfabetos dariam crédito, pois são os únicos que costumam dar crédito a tudo o que é inacreditável!

Jesus Cristo começou a existir no dia que um esperto encontrou um idiota (paráfrase ao Millôr Fernandes).

Of course, Painter observes, the rules of Temple purity in the first century would have prevented him from being buried near the Temple or even in Jerusalem. However, there is a tradition that James was buried in the tomb of Zechariah and Bene Hazir on the Mt. of Olives.

24:15 The seventeenth to Hezir, the eighteenth to Aphses, 1 Chronicles 24:15 (King James Version)

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The steep banks of the Kidron River and its deep waters have been utilised as a natural border, guarding the city from external intrusions for the past five thousand years. Beyond this river lies Mount of Olives, which has always been located outside the city walls and as such, deemed a good location to bury the deceased. (…) The burial site of the Bnei Hazir family is the oldest of the three and dates back to the 2nd century B.C.

The original family name and further inscriptions still embellish the tomb and read: "Here lies the soul and resting place of Eliezer Hania Yoazar Yehuda Shimon Yochanan Bnei (sons of) Yosef Ben (son of) Oved Yosef and Elazar Bnei Hania - Cohanim (priests) from the Hazir family. -- Professor Kloner also makes a surprising historical assertion. He says that “the family of Jesus and James had no burial cave in first-century Jerusalem.” This was probably true when Jesus died in about 30 A.D., but we do not know what the situation was 30 years later, in 62 A.D., when James died. From the New Testament (which is our main source) it seems that Jesus’ family did not return to Nazareth, but instead stayed in Jerusalem after the crucifixion. This is quite clear regarding James himself and seems probable for Jesus’ mother, Mary, and his other brothers (Acts 1:14). After Jesus’ death, leaders of the Christian community seem to have consorted with Jesus’ family.3 Later tradition located Mary’s tomb in Jerusalem. So there is really no basis for Professor Kloner’s assertion; indeed, it might reveal a certain failure to appreciate the history of early Christianity.

O cineasta James Cameron acaba de produzir, juntamente com a realizadora Simcha Jacobovici, o documentário "O Sepulcro Esquecido". O filme está já a suscitar forte polémica depois de Cameron (corroborado pelas conclusões das últimas investigações levadas a cabo por uma equipa de cientistas) ter anunciado, em conferência de imprensa, que o túmulo de há 2 mil anos encontrado em Talpiot, nos subúrbios da Cidade Santa, poderá ter sido utilizado para guardar os restos mortais de Jesus e da sua família. Nessa altura, os arqueólogos reclamaram ter encontrado dez caixões e três crânios. Em seis destes repositórios de ossadas da antiguidade constam inscrições traduzidas como Jesus, filho de José; Judá, filho de Jesus; Mariamne; Maria; José; e Mateus. Nomes usados com frequência naquela época.

Cameron chamou à atenção para as inscrições existentes nos túmulos, traduzidas como Jesus, Maria Madalena e «Judah, filho de Jesus». Existe «1 em 600 probabilidades» de os nomes identificados nas inscrições «não serem da família de Jesus», concretizou. Opinião contrária tem o cientista que supervisionou as escavações em 1980, Amos Kloner.

Para o perito, os nomes não passam de pura coincidência, classificando o documentário de Cameron como um verdadeiro «disparate». «É uma boa história para um filme, mas é impossível que seja verdade», defendeu ao Jerusalem Post. «Jesus e os seus parentes eram uma família originária da Galiléia, sem laços com Jerusalém. O túmulo de Talpiot pertencia a uma família de classe média do primeiro século», explicou.

Quem sabe os laços que Jesus tinha ou não tinha se nada se sabe de exacto da sua vida pública e muito menos ainda da sua vida privada?

Obviamente que a resposta autorizada da arqueologia deveria ter sido mais arqueológica e sido dada logo nos anos 80. Enquanto Autoridade de Antiguidades de Israel, esta deveria ter garantido a disponibilidade aos actuais e futuros arqueólogos para rebaterem e alargarem o estudo amador dum cineasta que foi obrigado a vasculha no vazio da arqueologia do estado de Israel o que este deveria ter protegido em vez de ter deixado cheio de entulho e quase betunado debaixo dum moderno complexo de apartamentos.

Na apresentação, a equipa afirmou "não querer pôr em causa "um dos pilares do Cristianismo - a ressurreição de Cristo -, "mas antes lançar o debate" a partir do que diz serem "evidências materiais" de algo diferente. Amos Kloner, arqueólogo da Autoridade de Antiquidades de Israel que, em 1980, acompanhou as escavações em Talpiot, não crê nesse argumento: "Basicamente o que pretendem é fazer dinheiro". Em seu entender, O Túmulo Perdido de Jesus "nada tem a ver com critérios de análise e de rigor essenciais em Arqueologia".

Pois bem, que mal há no facto de se pretender ganhar dinheiro com uma boa história quando se acabou de afirmar: «É uma boa história para um filme, mas é impossível que seja verdade»? Obviamente que a primeira parte da afirmação colide com a última porque quando uma história é impossível de ser verdadeira é duvidoso que consiga ser uma boa história!

Pelo contrário, a história é uma das fontes mais valiosas de receitas turísticas de países que a têm e a sabem explorar. Num país encravado à força na antiga Palestina, sem grandes recursos naturais, a arqueologia cristã seria de facto uma mais valia cultural que uma política inteligente não deveria desprezar. Dizer o contrário é que é pura patetice. Sendo assim, não deixa de ser coisa estranha que Amos Kloner nada tenha feito para esclarecer a verdadeira história deste túmulo. Quando isto se passa com um estado inteligente como costuma ser Israel é porque razões obscuras aconselharam o contrário.

Claro que Amos Kloner é Autoridade de Antiguidades de Israel e bem sabemos como as autoridades sempre se entendem entre si para manterem o status quo dos que, já tendo nas mãos a chave da riqueza do poder vigente, aceitam com desdém o trabalho dos que gostam de ganhar dinheiro com uma boa história! Mas, se Amos Kloner suspeitava desta boa história porque não a deu a um qualquer dos seus amigos do ministério da cultura em vez de a ter escondido desde 1980? (J!)

Quanto à argumentação de que esta é impossível de ser verdadeira, sem argumentos arqueológicos mais válidos do que os do cineasta é uma disparatada petição de princípios sem qualquer fundamentação mesmo na mera evidência do senso comum. Mas quem garante a Amos Kloner que a família de Jesus, lá porque fosse originária da Judeia, não teria laços em Jerusalém? Porque há-de continuar a pensar-se que Jesus Cristo, o candidato a messias, não poderia ser da classe media e ter laços familiares em Jerusalém? Obviamente que pensar o contrário é que é disparate, preconceito e mero conservadorismo ao serviço dos poderes estabelecidos! O facto de 20 séculos depois de Jesus a Autoridade de Antiguidades de Israel estar a fazer o jogo dos poderosos cristãos (particularmente patente na relação com a protecção que os cristão americanos dão ao estado de Israel no conflito do médio oriente) só prova que finalmente cristãos e judeus reconheceram nos descendentes Ismaelitas do filho bastardo de Abraão um inimigo comum!

A suposta pobreza da família de Jesus é um mero preconceito religioso destituído de qualquer lógica elementar! Como poderia Pilatos ter mandado crucificar Jesus como rei dos judeus, sem cair no ridículo político, se isso não correspondesse a um mínimo de veracidade? Como poderia Jesus ser uma candidato messiânico sem ter nada de seu e mesmo assim, ter andado a dar lições de borla a mais de 70 discípulos e a pregar uma nova visão do judaísmo durante 3 anos, assistido por um pequeno harém de mulheres se não tivesse meios de fortuna? Obviamente que o oficio de carpinteiro não lhe teria permitido meios para tanto mesmo se, enquanto artesão fosse uma espécie de pequeno ou médio industrial de carpintaria o que, seguramente pouco tempo lhe deixaria para o resto da sua missão!

E evidente que, sob o ponto de vista científico o filme documentário de Cameron nos deixa com mais fome de verdade do que saciados! Deixando de lado a insatisfação que se sente para não ter que pensar se um belíssimo túmulo do primeiro século ou foi enterrado à pressa debaixo dum complexo de apartamentos modernos por força da conspiração de silêncio judaico-cristã contra o tabu das origens dum diferendo religioso comum mal resolvido, ou vítima oportuna e conivente da pressão urbanística dos patos bravos do betão, a forma apressada deste estudo jornalístico é notória. Mais parece uma aproximação preliminar a uma futura investigação exaustiva que nunca virá a acontecer de forma satisfatória porque, tal como as autópsias são impossíveis de repetir nas condições ideais também um estudo arqueológico mal conduzido é difícil de restaurar. Mas nesta triste história dum bom achado arqueológico falhado a principal culpa deve ser assacada à Autoridade de Antiguidades de Israel que manifestamente não trabalhou bem no inicio e que colaborou mal no estudo amador deste cineasta. A principal conclusão a tirar afinal é apenas esta: a certeza sobre o achado do túmulo da família de Jesus só é uma impossibilidade porque existe a preconceito religioso para a sua impossibilidade teológica. Ora, o que fez com que, o estudo arqueológico dum túmulo que poderia ser da família de Jesus, tivesse sido mal conduzido (se é que não foi deliberadamente omisso) foi o facto de nunca ter sido aceite esta hipótese que noutras circunstâncias seria a mais óbvia, pelo menos para quem não acredita no escândalo racional da ressurreição!

Cameron tem pelo menos este mérito: consegui provar que a possibilidade de ter sido encontrado o túmulo da família de Jesus é uma boa história e como tal não pode ser uma impossibilidade absoluta.

 



[1] NON-CANONICAL REFERENCES TO JAMES, THE RELATIVE OF JESUS AS SOURCES FOR A STUDY OF JEWISH CHRISTIANITY, J. Julius Scott, Jr. Wheaton College Graduate School Wheaton, IL 60187

[2]Matthew: 13:55: "Is not this the carpenter's son ? Is not His mother called Mary, and His brothers, James and Joseph and Simon and Judas ?

oux outov estin o tou tektonov uiov? oux h mhthr autou legetai Mariam kai oi adelfoi autou Iakwbov kai Iwshf kai Simwn kai Ioudav?   

Mark: 6:3 "Is not this the carpenter, the son of Mary, and brother of James and Joses and Judas and Simon ? Are not His sisters here with us?" And they took offense at Him.

oux outov estin (5748) o tektwn, o uiov thv Mariav kai adelfov Iakwbou kai Iwshtov kai Iouda kai Simwnov? kai ouk eisin (5748) ai adelfai autou wde prov hmav? kai eskandalizonto (5712) en autw|.

[3] Lumen Verum Apologetics, The Four Dogmas of the Blessed Virgin Mary, A DefenceRobert M. Haddad.

[4] - Book XX, CHAPTER 1.

[5] Lu 1:36: 36 "And behold, even your relative Elizabeth has also conceived a son in her old age; and she F26 who was called barren is now in her sixth month.

[6] http://www.karenlyster.com/body_bookish4.html

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